segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

ATÉ BREVE

.
NALDOVELHO

Palavras perversas, inquietas, repletas
de muita ousadia, rebeladas, incertas,
contrárias aos versos oprimem o poema,
quedam-se em silêncio ao rejeitar a dor
que a nostalgia que eu tenho é capaz de ofertar.
Negam a saudade e transformam o poeta
num caminhante em busca de outras paisagens,
estiagem que a vida insiste e nos traz
Palavras perversas, indiferentes, vazias,
abortam a poesia, sufocam a emoção
que as lágrimas insistentes teimam em mostrar.
E estabelecem um sorriso amargo e impreciso,
que acossa e só faz silenciar.
Securas que a vida nos traz...
Melhor então fechar as cortinas
e um aviso na porta: o poeta resolveu viajar.
Não se sabe bem pra onde
e nem quando vai voltar.
Melhor então dizer até breve!
Navegar sozinho, eu preciso,
até reencontrar um norte
e restabelecer em mim o juízo.
Desencontros que a vida impõe.

.

Nenhum comentário:

Postar um comentário