segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

INSANOS E PERVERSOS

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NALDOVELHO

Acho que eu vi um gatinho
desfilando calmamente pelo telhado
e um cachorro embaixo latindo!
Cachorros não sobem em telhados...
E eu aqui em meu quarto rindo.
Acho que eu vi um soneto
de versos insanos e perversos,
brotavam das mãos do poeta!
Cantigas de amor são tão lindas,
deixam-me até afrontado.
Acho que eu vi a saudade
que clandestinamente entranhada
em meu peito sussurrava segredos.
Saudade é fruta amargosa,
espinho que se colhe com a rosa.
Acho que o gatinho que eu vi,
escorregou e despencou do telhado.
E o cachorro coitado!
Fugiu assustado
por conta da barulheira
do gato com a roseira, enroscado.
Acho que o poema que eu fiz
dá conta do amor que não me quis.
Acho que o poeta continua rindo
do cachorro, do gato
e dos seus próprios versos,
cada vez mais insanos e perversos.

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