quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

PELAS RUAS DESERTAS

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NALDOVELHO

Pelas ruas desertas,
madrugadas repletas
de poesia e insônia.

Pela janela do meu quarto,
mantida sempre entreaberta,
eu espreito um outono
de lágrimas ardidas
que secretamente eu choro
para ninguém poder notar.

Pelo som de um bolero,
melodia de enganos,
meus sonhos, meus planos.

Pela fumaça do cigarro
que teimosamente eu devoro
e o pulmão não agüenta,
qualquer dia explode,
ou quem sabe implode.

Pelas cordas do meu violão
que afinadas revelam
sentimentos e intenções.

Pelo telefone que toca
e tua voz me sufoca,
dá um aperto no peito,
tipo nó cego,
difícil de ser desfeito.

Por todas as coisas que eu sinto
e que em voz alta eu nego,
e só revelo em meus versos,
melhor então confessar:
teu nome é desassossego
e eu não consigo te esquecer.

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