sábado, 14 de fevereiro de 2009

BELEZA TRISTE

.
NALDOVELHO

Como pode um poema ser belo
e ainda assim ser triste?
Existirá a beleza triste?

Confesse que no entardecer
rola um quê de tristeza,
bate uma nostalgia,
coisa que não se consegue explicar.

E a lágrima no rosto da mulher amada?
Muito triste!
Mas ainda assim, reside ali uma beleza
que por mais que sejamos fortes,
homem nenhum resiste!

E o olhar desconsolado de um filho,
ainda bem criança, ao se despedir,
manhã cedo, quando você vai trabalhar?
Alguém resiste?

Madrugada deserta com noite de lua cheia...
Melhor nem comentar!

O som das águas do mar a acariciar a areia,
praia deserta, tardes de inverno,
chuva fina e macia...
Consegue se situar ?

Música cigana, visceral e profana,
um tango arrastado e insano,
um chorão com Zé da Velha ao trombone
e o Paulo Moura a nos atormentar,
vocês precisam escutar!

É beleza triste existe...
E é disto que o poeta costuma se alimentar.

.

Nenhum comentário:

Postar um comentário