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NALDOVELHO
Pedras expostas à margem da estrada,
silenciosamente espreitam,
testemunhas discretas de tantas jornadas,
de tantas vivências passadas por aqui.
Pedras expostas à margem da vida
definem trajetórias, desvios de rumo,
delimitam passagens e impedem a dispersão.
Pedras concretas de formas suspeitas
direcionam escolhas e avisam
que o norte já foi definido,
que ao sul vive o perigo,
que a leste não existem abrigos
e que a oeste existe o mar.
Pedras tão frias, guardiãs do caminho,
ameaçam o insurreto, limitam o acesso
à outras jornadas, ainda que íngremes,
permitem ao menino crescer pela dor.
Pedras que o homem materializou com o tempo,
carcereiras decerto dos meus sentimentos,
ameaças constantes por constrangimentos.
Queria ter feito outras escolhas,
queria poder extraí-las de mim.
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domingo, 15 de fevereiro de 2009
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