sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

E POR FALAR EM VOCÊ

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NALDOVELHO

Ruas, travessas, becos, esquinas,
sacadas, varandas, janela entreaberta,
o tempo nublado, calçadas molhadas,
a chuva miúda, o cheiro de terra,
momentos de espera, estou tão sozinho,
o barulho dos carros apressados que passam,
o mês é setembro, quase primavera.

Andar sem sossego por toda a cidade,
tomar um conhaque, fumar um cigarro.
Melhor ir para a casa compor um poema,
dedilhar no piano um velho bolero,
sussurrar o seu nome, você está tão longe,
o telefone que toca, desculpe, é engano!
Continuo lhe amando, apesar dos enganos.

Comprei seu perfume e espalhei pelo quarto,
ainda sou um romântico, daqueles incorrigíveis
e o seu retrato ainda mora na cabeceira da cama.

Já são mais de dez horas nessa cidade nublada,
já faz tanto tempo que a saudade é um tormento,
queria poder viajar pra bem longe,
queria poder me encontrar com você,
tentar refazer, acertar desta vez.

Os meus muitos defeitos, alguns consertei.
O livro de contos, ainda não terminei,
para ser bem sincero, faz tempo não pego,
já faz algum tempo, só escrevo poemas:
o mesmo tema de sempre...

E por falar em você...

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