domingo, 15 de fevereiro de 2009

OUTONO DE SONHOS

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NALDOVELHO

Armadilhas, tocaias, acidentados atalhos,
trilhas, espinhos, desvios de rumo,
perdi o meu prumo, vesti um agasalho,
em meio à tormenta semeei tantas coisas,
uma árvore frondosa foi o que me restou.
Na trilha dos ventos, um refúgio, um abrigo,
o rochedo resiste ao açoite inclemente,
outono de sonhos, de folhas, de flores,
a chuva se apressa e inunda o caminho.
Colheita de versos desordenados, dispersos,
imagens cinzentas, entardecer de junho,
saudades que eu tenho, me sinto sozinho
ao dedilhar o meu pranto, melodia de enganos,
uma toada que eu canto para espantar minha dor.

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