sábado, 14 de fevereiro de 2009

CIDADE NUBLADA

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NALDOVELHO

Cidade nublada, madrugada tão fria,
já faz algum tempo, não vejo o seu rosto,
não sinto o seu corpo, não ouço a sua voz.
Cidade trancada, o mês é outubro
e a primavera chuvosa procura um caminho
entre as ruas concretas para poder florescer.
Cidade truncada, também é poema
e o nome é desterro, sobrenome escolha,
algumas delas erradas!
Lá mora a distância entre o tudo e o nada.
Cidade fragmentada de tantos sonhos, saudades,
de tantos outros poemas, de tantos cacos, pedaços,
sentimentos cristalizados que ainda doem espetados
no meu corpo e em meus guardados.
Queria ser um bruxo, quem sabe?
Para poder fazer voltar o tempo,
para poder ser um pé de vento
e assim ventar apressado,
voar como voa um ser alado e ir pra junto de ti.

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