sábado, 14 de fevereiro de 2009

AVASSALADORA AUSÊNCIA

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NALDOVELHO

Gotas de suor brotam do seu corpo,
da sua pele branca...
Embriagadora presença,
avassaladora ausência.

A sensação da sua pele lembra seda macia,
os seus seios fartos...
Se continuar lembrando eu infarto,
mas não consigo parar!
Parar de amar é um castigo
que eu não quero me imputar.

Só me resta mergulhar neste rio,
afogar-me em seu colo,
só para respirar o seu cheiro,
só para fazer você me respirar.

E o que eu faço com o desejo
de sentir em minhas mãos os seus pêlos?

Se você deixar, eu me aquieto,
se você deixar eu penetro
em seu quarto, em seu leito, em seu corpo.
Instalo-me, de um jeito, assim abusado
e fico sendo sua cicatriz preferida,
que vai arder, vai doer, vai incomodar,
só para que você não se esqueça
que toda a vez que eu choro,
choro a dor dos poetas,
choro feito criança,
choro de saudades, confesso!

Pois já não existe remédio
que possa curar o que eu sinto.
Se inventarem um, eu não tomo,
senão pode vir o mal do abandono
e a esse, certamente,
só vai me restar morrer de tanto amar.

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