sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

ÁGUAS DE MARÇO

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NALDOVELHO

Águas de março inundam a cidade,
ondas do mar fustigam a areia,
as folhas das árvores se apressam e caem,
horizonte nublado, prenúncio de vento.

Urgente é o poema que eu trago em meus olhos.
O cheiro de terra molhada me inspira,
preguiça danada toma conta das horas
e haja sentimento pra matar minha fome.

Uma certa maresia domina o ambiente,
praia deserta, muita magia!
Quem disse que eu não gosto de sentir nostalgia?
É ela que antecede o aconchego do inverno:
ficar aninhado, protegido em seu colo,
tomar um bom vinho, fumar um cigarro,
quem sabe um conhaque flambado, no ponto?

A música que eu sinto, brota feito nascente
e a tela que eu pinto jorra em cores tão quentes.

Bom dia outono, que bom que você veio!
Trazendo em seus braços um belo presente,
sensibilidade emergente de dentro de mim.

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