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NALDOVELHO
Do lado de fora,
sempre o mesmo lado,
um querubim sedento,
meio embriagado, lia um poema.
Embora isto me doa,
versos debochados.
Do lado de dentro,
sempre o mesmo lado,
um enamorado esculpia um verso.
Embora isto me doa,
muito sentimento.
Do lado de cima,
meio pendurado,
um ser bem desvairado
versejava atento.
Embora isto me doa,
versos bem cuidados.
Do lado de baixo,
versos sem escolha,
desentranhamentos...
Embora isto me doa,
toda a vez que eu toco
sangro mais um pouco.
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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
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