sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

ESTIAGEM

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NALDOVELHO

Estiagem de versos, securas, ardências,
de noites sem lua, que envergonhada se esconde.
Para onde foi a amante, a musa indecente?
E poeta romântico por onde se esconde?

Poemas estranhos, cristalizada a essência,
as teclas do piano, emudecidas, não soam...
Gasturas da vida, calmaria dos ventos.

A lágrima que não escoa, que vacila reticente.
O sonho de um tolo, já não se faz mais urgente.
E os segredos de alcova confessados entre os dentes?
São sussurros doídos, grunhidos latentes.

Por onde andará a poesia que brotava em vertentes?
Quem sabe da semente lançada ao vento?

Procura-se um tempo de prendas, presentes,
de novembros tão fartos e desavergonhadamente tão quentes.
Procura-se um romântico e um coração descuidado.
Procura-se um tolo, um poeta descrente.
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