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NALDOVELHO
Nas primeiras horas da manhã:
janelas abertas, nuvens compactas,
e um vento frio e abusado,
trazendo pra dentro do quarto
cheiro de terra molhada.
Na claridade da manhã,
chuva fina e insistente,
travesseiros amassados
num canto da cama,
ainda desarrumada,
e uma preguiça enorme
a acariciar-me o corpo.
Nada de novo nas horas,
tudo é hoje como era antes.
Nada que mereça um poema,
uma cantiga, ou mesmo uma crônica.
O vazio dos dias me persegue
e a gastura de sempre
não deixa espaço para a inspiração.
Um café quente, um cigarro,
não sei até quando o pulmão agüenta...
Melhor não pensar!
Lá fora os carros que passam,
constroem com a fumaça
um quadro cinzento, estranho...
Cidade nublada, vazia de sonhos.
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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
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