segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

DEDICADO A VOCÊ

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NALDOVELHO

Pernas e braços me aprisionam, são laços.
Abraços tão cálidos, tão ternos, tão fartos.
As falhas, as fendas, as marcas, as sardas,
escalar a montanha em busca de abrigo,
as farpas, escarpas, precipícios, perigos,
a sede e o fogo, nascente de um rio.
Se eu mergulho me afogo, me acabo em seu cio.
As folhas, as flores, afiados espinhos,
o sonho e a seiva, alimentar o menino,
cicatrizar os seus cortes, curar as feridas.
Seus olhos bordados, tão verdes, felinos,
a forja de um homem se fez em seu colo.
Faca afiada sangra o chão do seu quarto,
o sangue que escorre, se esvai em silêncio,
a lágrima que eu choro, saudades que eu tenho,
a forja de um homem se fez pela dor.
Não feche a janela, deixe a porta entreaberta,
permita que eu fique silencioso ao seu lado.
Sua pele macia, seus seios, seu ventre,
seu cheiro é veneno que embriaga e vicia.
Seu beijo molhado, suas coxas tão quentes,
a forja de um homem se fez no prazer.
De estar protegido, de estar sossegado,
de ter o carinho aconchegado em seu colo,
de ter a beleza preservada neste templo,
corações apaixonados, solo consagrado
ao amor que eu sinto por quem hoje eu tenho.
Este é mais um poema dedicado a você.

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